Bike Friendly Index 2018

Dados Nacionais

O Bike Friendly Index de 2018 para Portugal Continental revela que, de uma forma global, muito ainda há para fazer no país para promover a utilização da bicicleta enquanto modo de transporte urbano. O valor nacional do BFI 2018 é de apenas 2,3 (numa escala de 0 a 10) demonstrando exatamente que a grande maioria dos concelhos ainda apresenta valores muito reduzidos nas 5 dimensões avaliadas, especialmente no que diz respeito a infraestruturas cicláveis (0,62) e compromisso político (0,28).

O montante total investido no último triénio foi de pouco menos de 50 milhões de euros, o que equivale a menos de 5 euros por habitante, o que pode ser considerado francamente insuficiente. Como referência, em 2017 foram investidos 1136,8 milhões de euros nas parcerias público privadas rodoviárias (Fonte: Observador), o que corresponde a cerca de 113,7 euros por habitante.

De igual forma, a extensão total de ciclovias existentes nas áreas urbanas de Portugal Continental é muito baixa (apenas cerca de 360 km), e a maioria das poucas ciclovias existentes está localizada fora das áreas urbanas, servindo fundamentalmente funções recreativas e não utilitárias.

Finalmente, a utilização da bicicleta ao nível concelhio é muito baixa em Portugal (apenas cerca de 1%), mas há vários municípios onde a sua utilização é superior a 5% (casos de Vagos, Mira, Golegã, Estarreja, Ílhavo e Murtosa), destacando-se o concelho da Murtosa onde 17% dos seus residentes se deslocam de bicicleta diariamente para o trabalho ou escola.

De referir ainda que as mulheres apenas correspondem a cerca de 15% do total de utilizadores de bicicleta, o que em si mesmo é um sinal da falta de segurança para a circulação em bicicleta observada na grande maioria do território nacional, a qual é consequência e está refletida nos baixos valores de infraestrutura ciclável registados.

Analisando apenas os concelhos capitais de distrito de Portugal Continental, observa-se que apenas Lisboa apresenta um valor superior a 5, mas mesmo assim muito aquém do máximo possível de 10. Porto, Aveiro e Faro seguem-se com valores de BFI próximos de 4, mas em todas estas cidades uma vez mais, tal como observado para a média nacional, os valores de compromisso político e de infraestruturas é muito baixo ou mesmo zero. As piores situações observam-se nas cidades de Vila Real, Guarda e Viseu, em parte explicados pelo declive mais acentuado, mas também pela quase ausência de infraestrutura ciclável, e inexistente ou muito baixo compromisso político para com a promoção da utilização da bicicleta em meio urbano.